DesignersBA

Formado em 17 de Setembro de 2006.

O DesignersBA é um grupo formado por estudantes, profissionais, escritórios de design, professores e empresas ligadas ao ramo. O intuito de todo o grupo é disseminar a informação do design, mercado de trabalho, posicionamento, ética e muito mais.

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Falando de mercado de trabalho

Visto que em algum tempo a lista tem crescido bastante o número de membros, decidi voltar aquele velho assunto do mercado de trabalho de Design em Salvador.

Passando por algumas agências há um tempo atrás, pude perceber lá dentro que aqui fora, nós profissionais de design temos um mercado bem pequeno e concorrido.
Notei que em maioria das vagas hoje para Design Gráfico hoje é estágio... o que será que está acontecendo?

Gente, não podemos vender nosso trabalho a qualquer preço, não podemos na hora de discutir um salário, aceitar qualquer moeda... precisamos nos valorizar. Acredito que aqui no DesignersBA todos pensam assim e todos trabalham dentro dos conformes.

Não ando vasculhando muito bem o mercado para saber onde está o furo preu tapar... mas creio que seja uma boa questão para discutirmos aqui no grupo.

Aos novatos, sejam bem vindos e fiquem a vontade para perguntar qualquer coisa e participar de forma agradável e sem palavras chulas.

Vamos lá!

1) O que estão achando do mercado de Design em Salvador e região hoje?

2) Os escritórios de Design, como se comportam nessa questão?

3) Os profissionais onde estão?

4) Estágio

5) As empresas que contratam designers? existem?

5) O que vier

6) Será que o estágio prejudica os profissionais?

Obs: As questões levantadas acima, não quer dizer que vamos falar especificamente o citado acima, podemos abrangir para outros temas e outras atividades relacionadas a nossa profissão. Sei que aqui na lista existe empresas, escritórios, profissionais, mestres e professores de design. Será muito válido a opnião e participação de todos, Não podemos deixar a peteca cair!

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Peterson e todos do DesignersBA,

Realmente o mercado de trabalho está péssimo! Fui obrigada a migrar para outras áreas também de design onde o designer gráfico pode atuar, como o de moda, entre outros. A verdade é que temos dois grandes concorrentes aos olhos do cliente – os publicitários e os arquitetos. As pessoas não tem noção da capacidade de trabalho de um designer gráfico e muito menos o q faz. A maioria dos meus clientes, que consegui boca a boca pela qualidade de meu trabalho e os que tive que buscar “na porta”, não sabiam realmente o que eu fazia... foram uns iluminados que queriam e querem ter um trabalho contínuo com sua marca e/ou produto, e que se espantaram quando souberam da nossa capacidade. Geralmente, começaram a me procurar pra fazer uma “marquinha”, um “adesivo”, um “portifólio”, um “site” e graças a Deus, hoje sou classificada com sua “personal designer”! Não só estenderam o trabalho, como não fazem mais nada na área antes de me procurar ou um outro designer. Ótimo! Maravilha! Mas tive que fazer um trabalho de educação, explicando pacientemente minhas capacidades e função básica que é resolver os problemas deles. Mas pra isso, obviamente, sou obrigada, a cobrar mais barato do que a tabela de preços da Associação Brasileira de Design Gráfico. Infelizmente, essa tabela é surreal a situação financeira de simples empresários e clientes daqui de Salvador. A maioria dos grandes empresários buscam agências publicitárias, arquitetos e designers renomados ou de outro estado.

Não conheço muitos escritórios de design que se sustentem aqui em Salvador, utilizando todo seu potencial. Geralmente escolhem uma área e aos poucos, educando seus clientes, vão ampliando deus horizontes e funções. A maioria dos designers trabalham com freelas ou em agências de publicidade onde são obrigados a diminuir pelo menos 50% da capacidade e qualidade de suas funções, para se adequar aos estilo de trabalho dessas agências.

Sinto falta de uma associação baiana de design gráfico que possa divulgar mais a profissão, adaptar a tabela de preços à real situação do empresariado baiano e mostrar as empresas e designers atuantes na área. Precisamos pegar o que é nosso, ou seja, as funções que publicitários e arquitetos incorporam como identidade visual, sinalização, programação visual corporativa, e por aí vai. Mas pra isso, ainda precisamos divulgar mais o que fazemos, o que é design e pra que serve, pra que contratar um designer, qual a diferença de outras profissões concorrentes, etc. Há um tempo atrás fiz um projeto de cartilha de divulgação, mas não levei adiante por falta de tempo – bom pra mim por que estava trabalhando. Mas a verdade é que trabalhei como freela por muito tempo e só agora estou montando minha empresa. E ainda sou obrigada a explicar tudo o que faço para novos clientes e quando vejo um genuíno interesse, mas pouca capacidade financeira, abaixo meu preço inicialmente para que aquele cliente seja um futuro cliente fixo que possa pagar meu real preço, melhorando seu produto/trabalho e utilizando-se do design gráfico da forma correta.

Vamos discutir mais sobre isso... é necessário termos nossa associação? E o sonhado reconhecimento da profissão?

Abs,

Daniela Leite
Designer Gráfica
(71) 3248-0573 / 8108-6640



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Mais uma contribuição para essa discussão. Adorei esse texto do colega Rodrigo Louzada e compartilho com vocês para refletirem e também para esquentar essa polêmica de velhas datas.
Abraços,
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Silvia West - Designer Gráfico
Twitter: @swestdesigner
Para aqueles que vivem em ambientes de agência, essa pergunta não é algo incomum, na realidade é algo bem presente na vida daqueles que escolheram esse caminho visual. Mas nem sempre as coisas saem como planejado e o mercado não é como o paraíso mostrado faculdade. Então vem a dúvida: existe mesmo vida além do design? Vou sobreviver para contar para meus filhos o que eu fazia para viver?

A verdade é que a rotina do criativo hoje em dia lhe dá pouquíssimo tempo para experimentação, pouco tempo para planejar e pouco tempo para executar, dado esse fato, o resultado final nem sempre agrada o cara que fez, mas ficou satisfatório para o cliente. E sem experimentação e pesquisa, sobra pra nós a ingrata sensação de “executores”, aquele que põe a mão na massa, fico pensando se o título “criativo” ainda poderia ser usado como referência ao designer ou se isso está ficando no passado.

De fato, estamos passando por um momento de transição no mercado, a internet interferiu de uma forma tão definitiva em nossas vidas, que é praticamente impossível saber o que vai acontecer daqui a um ano. Com o boom da mídia social, o clima de urgente tomou conta das agências que procuram sugar o máximo desse gancho, visto que inegavelmente traz resultados e aproximou as empresas dos seus consumidores. Mas onde entra o criativo nisso? Esses dias nosso colega Sushi postou a foto de um livro cujo título era Social Media – Todo mundo é designer, isso mexeu um pouco comigo e me fez pensar o que isso significa à longo prazo para a profissão. Cheguei à conclusão de que estamos sendo segmentados, nossa parte criativa está seguindo nichos diferentes do mercado, depois de algum tempo de profissão, alguns decidem por partir pra conta própria freelando ou abrindo sua própria agencia, coisas que respectivamente necessitam de talento e visão mercadológica, respectivamente.

Outro caminho seria utilizar seus conhecimentos no planejamento e não na execução em si, este caminho já está sendo seguido por alguns, que pela experiência na área, conseguem usar sua energia criativa para prever mudanças de comportamento e moldar os produtos ou serviços à elas.

Por fim, o executor, se for bom no que faz, será valorizado pela qualidade de seu trabalho, irá se manter atualizado e com isso vai refinar sua execução, caso contrário, será substituído por alguém mais novo, ganhando menos e dando sangue e vida social pelo trabalho.

Esta pode parecer uma visão apocalíptica do design em si, mas na verdade é um chamado à discussão: o que vou fazer da vida? Em que o mercado está mudando minha profissão? Vou ficar aqui parado ou vou me interar dessas mudanças e evoluir? Existe vida depois do design? Existe outro caminho ou vamos sobreviver?

A discussão está aberta, agora é com vocês.

Rodrigo Louzada
Designer Gráfico e Diretor de Arte, já trabalhou com clientes como Google Brasil, Telefonica, Vivo, UOL, Coca-Cola e outros. É criador do DesignFlakes.


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Quer fazer parte do grupo? entre aqui mas lembrando que para fazer parte é necessário informar no pedido de inscrição: escolariade, faculdade, objetivos dentro do grupo, onde ficou sabendo, etc.


é importante que cada um participe da lista, pois, não há solução se não há discussão.


Peterson Sitônio
Designer Gráfico

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